Seu consumo é racional ou exagerado?

Um consumo desenfreado pode ser prejudicial para sua saúde financeira. Confira o que você deve saber para não se descontrolar.

Julia Monsores | 15 de Fevereiro de 2020 às 11:00

Watcharin panyawutso/iStock -

Consumir deixou de ser uma opção e se transformou numa necessidade: a ser evitada ou saciada? Na sociedade dos estímulos para a compra, das mercadorias sempre disponíveis e do bombardeio das propagandas, dois grupos distintos surgem entre os corredores e as vitrines dos shoppings: os que compram para se sentir bem e os que se sentem bem ao comprar cada vez menos.

Atenção aos excessos

Para o primeiro grupo, comprar é quase uma terapia. E uma boa loja é o melhor lugar para se refugiar de um dia de trabalho ruim ou de alguma frustração. Geralmente, esses não se preocupam em fazer uma planilha para planejar gastos.

Mas desde que moderadamente – ou seja, sem decretar falência, contrair empréstimos ou estourar o limite do cartão de crédito –, o mecanismo de comprar e se sentir bem tem uma explicação e não precisa ser condenado. 

“A pessoa que compra para amenizar situações difíceis está se auto-recompensando, se gratificando. Isso mexe com o estado de ânimo dela, pois inclui algo agradável num contexto triste”, explica a psicóloga Sueley Guimarães, do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília (UnB). 

Consumo racional

O segundo grupo adota uma posição oposta em relação ao ato de comprar. É a parcela da população que, para se sentir bem, aposta no consumo racional, com base no que é indispensável, sem supérfluos. Tem outras preocupações e aparece em menor número. São pessoas com acesso à informação e bons argumentos para defender e justificar suas posições, geralmente minoritárias até dentro de casa.

E há ainda os que descobrem em sua busca pelo bem-estar que podem modificar a relação com o consumo. Como o analista de sistemas Rodrigo Laranjo, de 29 anos, um ex-viciado em compras que se define agora como um “consumista racional”.

“Eu gastava demais, comprava por ansiedade. Até que em 2003 perdi o emprego. Acumulei dívidas e tive de repensar minha relação com o dinheiro.”

Depois do sufoco, quando teve de abrir mão das coisas caras e da frequência com que gastava para conseguir pagar os débitos, ele só compra hoje o que necessita de verdade. “Aprendi que não precisava comprar tanto nem ter tantas coisas para viver bem.”

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