Erupção cutânea: os 6 tipos mais comuns

Apareceu uma erupção cutânea que começou a coçar e apresentar vermelhidão? Se você não consegue identificar o que ela representa, este post é para você.

Douglas Ferreira | 20 de Outubro de 2020 às 14:00

asiandelight/ Istock -

Apareceu uma erupção cutânea que começou a coçar e apresentar vermelhidão? Se você não consegue identificar o que ela representa, este post é para você. Confira um sumário dos seis tipos mais comuns de erupções cutâneas, como tratá-los e quando eles podem ser sintoma de algo mais grave.

1. Urticária

Como é: A urticária forma vergões elevados que coçam e costumam apresentar um anel vermelho em volta. 

Em geral, some após um dia, mas ressurge depois em outro lugar. Há duas formas de urticária: a aguda, que dura seis semanas ou menos, e a crônica.

A probabilidade de uma pessoa ter urticária em algum momento da vida é de cerca de 15%. As mulheres são mais afetadas do que os homens, e, embora crianças possam ter, é mais comum que a urticária surja entre os 20 e os 40 anos.

O que causa: A urticária resulta da liberação de histamina pela pele como parte de uma reação alérgica a alimentos ou medicamentos. Também é comum surgir depois de uma doença viral, como efeito colateral da aceleração do sistema imunológico na batalha contra a doença. Mas “há vários gatilhos possíveis”, diz a Dra. Katie Beleznay, dermatologista de Vancouver, no Canadá, e, na maioria dos casos, a origem específica da urticária nunca é determinada.

Como tratar: Como a urticária é um problema ligado à alergia, os anti-histamínicos vendidos sem receita médica são a primeira linha de defesa. Se a erupção não sumir, pergunte ao médico se você deve usar um anti-histamínico mais forte. Se o caso for mais grave, o médico pode receitar prednisona por via oral ou alguma medicacão anti-inflamatória.

Possível alerta: A urticária pode ser sintoma de reação alérgica anafilática, que pode ser fatal. Se for acompanhada de formigamento nos lábios, inchaço dentro da boca ou dificuldade para respirar, procure imediatamente a Emergência de um hospital. E, raramente, a urticária pode ser causada por doenças mais graves como lúpus, hepatite B, linfoma e leucemia.

2. Eczema

Como é: Há dois tipos principais de eczema: de contato e atópico. O eczema atópico são lesões vermelhas e escamosas na pele, com forte coceira, principalmente à noite. Costumam surgir na parte interna dos cotovelos e joelhos. Em casos mais graves, a pele pode criar bolhas ou parecer espessa e branca nessas áreas.

O eczema atópico afeta até 20% das crianças e de 1% a 3% dos adultos, de acordo com o Fórum Europeu de Dermatologia, e tende a ser uma doença crônica e vitalícia.

“Pode haver um componente genético se a família tiver histórico de asma, rinite, conjuntivite ou alergia alimentar”, diz a professora Annick Barbaud, dermatologista do Hospital Tenon, em Paris. Outros fatores podem ser reação à poluição ou falta de exposição suficiente a micróbios na infância.

(Crianças que têm cães, por exemplo, têm menos probabilidade de eczema.) Gatilhos como sabonete perfumado ou o ar seco do inverno podem causar surtos.

O que causa: O eczema atópico resulta do enfraquecimento da barreira da pele, o que pode causar inflamação e reação exagerada do sistema imunológico. Muita gente nasce com o problema.

“Pode haver um componente genético se a família tiver histórico de asma, rinite, conjuntivite ou alergia alimentar”, diz a professora Annick Barbaud, dermatologista do Hospital Tenon, em Paris.

Outros fatores podem ser reação à poluição ou falta de exposição suficiente a micróbios na infância. (Crianças que têm cães, por exemplo, têm menos probabilidade de eczema.) Gatilhos como sabonete perfumado ou o ar seco do inverno podem causar surtos.

Como tratar: Aplique nas áreas afetadas uma camada grossa de hidratante hipoalergênico e sem perfume após o banho e à noite, se necessário. As crises mais graves precisarão de cremes esteroides ou imunossupressores não esteroides, vendidos com receita médica. Pessoas com eczema persistente também podem tentar a fototerapia, que usa luz UVB para ajudar a acalmar o sistema imunológico e reduzir a coceira, ou medicamentos imunossupressores.

Possível alerta: Raramente, o que parece eczema pode ser o começo de um câncer de pele. “Mas se o eczema desaparecer depois do tratamento com creme esteroide tópico, não é câncer de pele”, avisa a professora Barbaud.

3. Eczema de contato

Como é: O eczema ou dermatite de contato é parecido com o eczema atópico. Mas, ao contrário daquela doença crônica, essa erupção cutânea é uma reação a algo específico e só aparece onde houve contato com o agente prejudicial. Uma pesquisa feita em 2000 mostrou que 7% das pessoas terão dermatite em algum momento e que o risco durante a vida é de 15%.

O  eczema de contato também é muito encontrado em adultos mais velhos em consequência das diferenças de exposição ligadas à idade, à mudança da função de barreira da pele e a alterações da reatividade imune.

O que causa: Os culpados mais comuns da sobrecarga do sistema imunológico são cremes para o rosto, joias e bijuterias ou perfumes. Também é possível desenvolver uma nova intolerância a algo que você usou durante muito tempo. Se a causa não for clara, o dermatologista pode fazer um teste cutâneo e pôr pequenas quantidades de substâncias suspeitas na pele para ver se há reação.

Como tratar: A dermatite de contato é tratada com esteroides tópicos ou algum esteroide oral mais forte para acalmar o sistema imunológico e interromper a reação.

Como tratar: Em geral, o primeiro passo são os esteroides tópicos, que podem ser usados durante uma ou duas semanas para eliminar as pla- cas. No tratamento a longo prazo, os pacientes usam uma forma sintética de vitamina D (que retarda o cres- cimento da pele), xampus medica- mentosos e retinoides, que são uma versão tópica da vitamina A. Parece que a exposição diária ao sol também ajuda, assim como a boa hidratação. Em casos mais graves, as opções são a fototerapia feita em consultório mé- dico e medicamentos por via oral para suprimir o sistema imunológico. Possível alerta Como o eczema atópico, a lesão vermelha e escamosa do eczema de contato pode se confundir com o câncer de pele, e esta é mais uma razão para consultar o médico se você não tiver certeza da causa.

4 Psoríase

Como é: As placas vermelhas e escamosas da psoríase coçam e podem doer. Elas aparecem em qualquer lugar, porém os mais comuns são o couro cabeludo e o lado externo de cotovelos e joelhos. Em geral, a doença começa entre os 10 anos e os 30 anos e, como o eczema, tende a ser crônica.

“É uma doença teimosa que vem e vai, e as pessoas a têm durante e vida inteira”, diz o Dr. Paul Cohen, dermatologista do Centro Rosedale de Dermatologia, em Toronto. Uma revisão de 2017 realizada pelo Instituto pela Qualidade e Eficiência da Assistência Médica, de Colônia, na Alemanha, estima que cerca de 2% dos europeus são afetados todo ano pela psoríase. O mesmo índice ocorre no Brasil.

Leia mais: Conheça os tratamentos para tratar a psoríase

O que causa: Essa erupção resulta do ataque do sistema imunológico às células da pele, criando outras depressa demais. Elas, então, se acumulam em placas. Não há uma causa única, mas a doença surge em famílias. Além disso, estresse, obesidade, tabagismo e infecções frequentes, principalmente as estreptocócicas da garganta, também aumentam o risco.

Parece que a exposição diária ao sol também ajuda, assim como a boa hidratação. Em casos mais graves, as opções são a fototerapia feita em consultório médico e medicamentos por via oral para suprimir o sistema imunológico.

Como tratar: Em geral, o primeiro passo são os esteroides tópicos, que podem ser usados durante uma ou duas semanas para eliminar as placas. No tratamento a longo prazo, os pacientes usam uma forma sintética de vitamina D (que retarda o crescimento da pele), xampus medicamentosos e retinoides, que são uma versão tópica da vitamina A.

Parece que a exposição diária ao sol também ajuda, assim como a boa hidratação. Em casos mais graves, as opções são a fototerapia feita em consultório médico e medicamentos por via oral para suprimir o sistema imunológico.

Possível alerta: Os casos graves podem envolver as articulações, na chamada artrite psoriática. E ter psoríase aumenta a probabilidade de várias outras doenças.

5. Rosácea

Como é: Há quatro tipos diferentes de rosácea. O primeiro inclui vasos sanguíneos dilatados nas bochechas e no nariz, provocando vermelhidão, pele sensível e desconforto. O segundo acrescenta nessas áreas saliências que lembram acne; no terceiro, a pele engrossa. No último, mais frequente em homens, a pele engrossa no nariz, fazendo-o parecer maior, e pode irritar os olhos.

“A rosácea costuma afetar pessoas entre 30 e 60 anos”, diz a Dra. Anjali Mahto, consultora em dermatologia e porta-voz da Fundação Britânica da Pele.

A melhor estimativa do número de pessoas afetadas na Europa é de 3%. Isso corresponde a mais de 15 milhões de pessoas, em geral sendo mais comum em mulheres.

O que causa: Nem sempre sabemos o que causa a rosácea, mas, como o eczema, ela é mais provável se outras pessoas da família também a têm, se você já teve lesões de sol na pele ou se fuma. Como no caso de Lex, é comum a rosácea piorar depois que a pessoa come ou bebe coisas específicas.

Como tratar: Muita gente descobre que consegue prevenir a ativação da rosácea evitando os gatilhos. Na hora de mitigar a aparência, algumas mulheres consideram que a maquiagem cotidiana basta para cobri-la. Outros usam cremes vendidos com receita médica, fototerapia ou laser para contrair os vasos sanguíneos do rosto e reduzir a vermelhidão. Para aqueles cuja rosácea apresenta protuberâncias, cremes tópicos ou antibióticos orais podem eliminá-los.

Leia mais: melhores meios de tratamento da rosácea

6. Herpes-zóster

O que causa: Essa é fácil: catapora. Mesmo que você se recupere inteiramente da infecção do vírus, o organismo nunca o vence por completo; o vírus apenas se recolhe e fica dormente nos neurônios, onde, décadas depois, pode voltar como herpes. É mais provável ter a doença quando o sistema imunológico está comprometido.

E, de acordo com um estudo publicado na revista BMC Infectious Diseases, “dois terços dos casos ocorrem em pessoas depois dos 50anos”. O risco individual durante a vida é de cerca de uma em quatro pessoas, chegando à metade dos que têm 85 anos ou mais.

O importante é que, hoje, a vacina Zostavax contra o herpes-zóster já está disponível. Ela reduz o risco da doença em 51%, mas atualmente não faz parte do calendário do SUS.

A Shingrix, uma vacina nova que reduz o risco de herpes em mais de 90%, já foi aprovada pela Associação Médica Europeia para uso em toda a Europa, mas ainda não chegou ao Brasil.

O que causa: Essa é fácil: catapora. Mesmo que você se recupere inteira- mente da infecção do vírus, o organismo nunca o vence por completo; o vírus apenas se recolhe e fica dormente nos neurônios, onde, décadas depois, pode voltar como herpes.

O importante é que, hoje, a vacina Zostavax contra o herpes-zóster já está disponível. Ela reduz o risco da doença em 51%, mas atualmente não faz parte do calendário do SUS.

A Shingrix, uma vacina nova que reduz o risco de herpes em mais de 90%, já foi aprovada pela Associação Médica Europeia para uso em toda a Europa, mas ainda não chegou ao Brasil.

Como tratar: Se você desconfia que tem herpes e não se vacinou, é importantíssimo consultar o médico imediatamente. “As pessoas têm resultado muito melhor quando tomam comprimidos antivirais menos de 72 horas depois do surgimento das lesões”, diz o Dr. Cohen. Além disso, os pacientes costumam receber medicação, como anestésicos locais ou codeína, para ajudar a conter a dor.