Cheque especial: como fica depois das novas regras?

Novas regras para o cheque especial estabelecem um limite de juros de 8%. Além disso, permitem cobrança de 0,25% sobre o limite de crédito superior a R$500.

Julia Monsores | 7 de Janeiro de 2020 às 11:14

Chalirmpoj Pimpisarn/iStock -

As novas normas do cheque especial começaram a valer na segunda-feira (6). As novas regras do Banco Central estabelecem um limite de juros de 8% ao mês para essa modalidade de crédito, além de permitir a cobrança de uma tarifa de 0,25% sobre o limite de crédito que superar os R$500 (primeiro nos novos contratos e, a partir de 1º de junho, sobre os contratos já existentes).

Dentre os maiores bancos do país, quase todos postergaram a cobrança da tarifa, com exceção do Santander, ainda que tenham defendido a taxa nos últimos anos, inclusive no livro publicado pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos) como uma das medidas para baixar os juros no no Brasil já que reduziria o subsídio cruzado no sistema bancário.

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A reportagem reuniu relatos de clientes dos cinco maiores bancos para apurar com quanta clareza a comunicação das mudanças foi feita.

A maioria demonstrou ter um script alinhado sobre as novas regras. Correntistas do Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica e Itaú Unibanco não tiveram dificuldade.

Nem todos os bancos dão informações claras sobre mudança no cheque especial

Quem procurou o Santander, porém, encontrou informações desatualizadas sobre as taxas de juros no aplicativo, falta de clareza no atendimento telefônico e informações conflituosas. O banco disse que reforçará o treinamento dos funcionários.

O aplicativo do banco informava taxa média mensal de juros de 14,93%, ou seja, o percentual antigo, válido até a semana passada.

No atendimento telefônico, as informações variaram entre os atendentes; alguns chegaram a afirmar que a queda nos juros não valia para todos os correntistas; outros acrescentavam que a tarifa de 0,25%, prevista pelas novas regras, seria cobrada de todos os clientes da modalidade (tarifa só pode ser cobrada apenas de novos contratos; para os antigos, a cobrança só poderá ser feita a partir de junho).

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Em email interno enviado aos clientes, o Santander também informou que caso o correntista solicitasse um aumento ou redução do limite do cheque especial ou aceitasse uma oferta de aumento do limite atual, o ajuste se configuraria como uma nova contratação -situação que permitiria a cobrança da tarifa de 0,25% sobre o limite excedente aos R$ 500.
Segundo o Banco Central, a alteração de limite não configura um novo contrato.

Outro lado

Em nota, o Santander afirmou que está cumprindo rigorosamente as novas regras para o cheque especial.

“As taxas informadas nos canais eletrônicos de atendimento (internet banking e app) são atualizadas com base nos valores do dia anterior. O Banco acrescenta que reforçará o treinamento dos funcionários para garantir que todas as dúvidas dos clientes sejam pronta e corretamente sanadas”, informou.

O BC afirmou que não comenta sobre casos específicos.

Isabela Bolzani, São Paulo, SP (folhapress)