Nutricionista revela 4 erros comuns ao ler rótulos de produtos

Para quem está em busca de um estilo de vida mais saudável, saber exatamente o que se come é fundamental. E isso porque, muitas vezes, pensamos estar

Julia Monsores | 15 de Março de 2021 às 16:00

Crédito: Natissima/iStock -

Para quem está em busca de um estilo de vida mais saudável, saber exatamente o que se come é fundamental. E isso porque, muitas vezes, pensamos estar comendo um alimento rico em nutrientes, quando na verdade ele é rico em aditivos químicos e açúcar.

É o caso, por exemplo, de grande parte das barrinhas de cereais que encontramos no mercado. Essas versões industrializadas, que podem ter uma falsa aparência de nutrição, são verdadeiras bombas de sal e xarope de milho — ou seja, um perigo para diabéticos e hipertensos!

Dar uma olhadinha no rótulo dos produtos alimentícios já virou parte da rotina dos brasileiros.

Segundo uma pesquisa da Tate & Lyle, fornecedora global de ingredientes e soluções para alimentos e bebidas, 83% dos consumidores no Brasil consultam a tabela nutricional presente na embalagem. Mas no entanto, nem sempre a leitura resulta no esclarecimento do consumidor.

“Por mais que estejamos caminhando para adoção de rótulos cada vez mais limpos, com informações de mais fácil entendimento, ainda é muito comum o consumidor encontrar dificuldades para entender o rótulo”, comenta Renata Cassar, nutricionista da Tate & Lyle.

Pensando nisso, a nutricionista elaborou algumas dicas que vão te ajudar a decifrar as informações dos rótulos de produtos. Para que assim você saiba exatamente o que está consumindo, e não seja pego de surpresa.

1. Checar apenas as calorias na tabela nutricional

Imagem: iStock

O valor energético é a primeira informação que vem na tabela nutricional, mas não é por isso que é a mais relevante.

“É importante analisar o valor nutricional do alimento e não somente as calorias. É preciso checar os macronutrientes, ou seja, carboidratos, incluindo açúcar, proteínas e gorduras presentes no produto”.

Vale lembrar que as gorduras que constam na tabela nutricional podem estar presentes em pelo menos três categorias: gorduras totais, que são a soma de todos os tipos de gorduras encontradas em um alimento, gorduras saturadas e gorduras trans.

O consumo tanto das gorduras trans como das saturadas deve ser restrito. E isso porque sua ingestão pode aumentar o risco de doenças cardíacas.

“Também recomendo verificar a quantidade de fibra alimentar. Não é regra, mas muitos alimentos e bebidas que contêm fibras tendem a ter menos açúcar e calorias, como é o caso de alimentos da categoria de panificados, como os pães e biscoitos com fibras, e as bebidas vegetais adicionadas desse ingrediente, apenas para citar alguns exemplos. Além disso, a fibra tem um papel fundamental no nosso organismo, principalmente na função intestinal”, explica a nutricionista.

“Tem muita gente que busca alimentos pela quantidade de calorias, mas nem sempre o menos calórico é o mais saudável ou o mais nutritivo, por isso a importância de se analisar a composição nutricional como um todo levando em conta a quantidade por porção”, ressalta a especialista em nutrição da Tate & Lyle.

Outra dica é verificar a porcentagem que cada nutriente entrega do valor diário (%VD) que um adulto padrão saudável necessita consumir.

2. Não ler a lista de ingredientes no rótulo dos produtos

Um dos erros mais comuns é não ler a lista de ingredientes. A leitura é fundamental pois na listagem consta tudo que foi usado para a fabricação do alimento industrializado e, muito importante, na ordem decrescente: do ingrediente em maior quantidade para o ingrediente em menor quantidade e, posteriormente, os aditivos.

“Algumas nomenclaturas mais técnicas podem aparecer na lista, mas não é porque não entendemos alguns nomes que temos que ter medo deles. Por exemplo, o ácido ascórbico é a vitamina C e a lecitina é encontrada no ovo. Além disso, há termos que são definidos pelos órgãos reguladores, que a indústria precisa seguir, e muitos consumidores não compreendem. Por exemplo, polidextrose e maltodextrina resistente são nomes técnicos de fibras alimentares. Por isso, recomendo sempre pesquisar aquele termo que causa estranhamento”, pontua Renata Cassar.

3. Não saber diferenciar o que é açúcar do que não é

Imagem: Svetlana Vorontsova

Sacarose, frutose, glicose, maltose. É comum encontrarmos a orientação de que tudo que termina com “ose” na lista de ingredientes é açúcar, mas não é bem assim.

“As generalizações são perigosas pois sempre deixam de lado a exceção à regra e esse é exatamente o caso da polidextrose, que é uma fibra alimentar, e não um açúcar”, esclarece a nutricionista.

Empregada na fabricação de bebidas e alimentos de baixa caloria, esta fibra é usada em estratégias de redução de açúcar e calorias e como solução para o enriquecimento e fortificação com fibras.

4. Acreditar que light, diet ou zero gordura é garantia de saúde

E por fim, e não menos importante, outro erro ao ler o rótulo dos produtos é acreditar piamente que se algum alimento vem com a indicação de ser “light”, “diet” ou “zero gordura” é, necessariamente, mais saudável.

Eles podem sim ajudar na seleção de alguns alimentos e bebidas, porém, por mais que estes termos tenham destaque na embalagem dos produtos, eles não são sempre garantia de um alimento mais saudável.

A nutricionista reforça que para fazer uma escolha consciente é preciso conferir atentamente o rótulo dos produtos. E adverte: “não existe alimento mágico, o equilíbrio é o mais importante”.