Cárie: dentista conta tudo o que você precisa saber para evitá-la

Além da questão estética, a cárie dentária também pode provocar outras complicações na sua saúde bucal. E isso porque, caso não sejam tratadas, elas podem

Julia Monsores | 31 de Março de 2021 às 18:00

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Além da questão estética, a cárie dentária também pode provocar outras complicações na sua saúde bucal. E isso porque, caso não sejam tratadas, elas podem evoluir para quadros ainda mais graves — como dificuldades de mastigação dos alimentos e até mesmo a tão temida perda de dentes.

Seu surgimento se deve a muitos fatores, como alimentação rica em açúcar, falta de higiene bucal adequada e o não acompanhamento do dentista com regularidade. E diferentemente do que muita gente pode pensar, as cáries não afetam só adultos, também podem aparecer em crianças e até em bebês!

No entanto, segundo a cirurgiã dentista Dra. Bruna Conde, elas podem ser evitadas.

“A cárie é causada por tipos específicos de bactérias. Quando ingerimos alimentos que contenham carboidratos (açúcar e amido), estes carboidratos são digeridos pelas bactérias da placa, produzindo ácidos que corroem a estrutura do dente. Além disso, os fatores associados ao seu surgimento são o estilo de vida do indivíduo – o que come, como cuida dos dentes, a presença de flúor na água ingerida e o flúor no creme dental”, explica.

Continue acompanhando a matéria e fique por dentro do nosso guia sobre cárie. E se quiser, confira também essas 8 dicas para ficar longe de problemas dentários!

Alimentos açucarados e cáries: uma íntima relação

Imagem: iStock

Presente em muitos alimentos e bebidas, o açúcar, como já comentamos, é um dos responsáveis pelo surgimento de cáries nos dentes. E isso porque as bactérias da nossa boca se alimentam do açúcar, e assim produzem ácidos que podem correr o esmalte e provocar as cáries nos dentes.

“O açúcar refinado é o mais cariogênico, seguido pela frutose (açúcar presente nas frutas) e glicose (encontrada principalmente em pães e massas). O amido (formado por glicose e maltose) é menos cariogênico que as demais”, explica a Dra. Bruna Conde.

Assim, a especialista recomenda moderação no consumo do açúcar e, ao ingerir, procurar fazê-lo durante as refeições — e não como lanches. De modo que o número de vezes que seus dentes estejam expostos ao ácido diminuam.

“Além disso, é importante beber bastante água, pois além de hidratar, a água também ajuda a equilibrar o pH e estimular a produção de saliva, o que ajuda a diminuir a acidez bucal e, consequentemente, previne a região contra o aparecimento de cáries. Procure saber se a água ingerida é fluoretada. Caso não seja fornecida em sua localidade, seu dentista pode prescrever suplementos de flúor diários”, explica.

Para além da estética

Crédito:Viktoria Ruban

Segundo a Dra. Bruna Conde, dentes com cárie ainda podem provocar outros problemas mais graves do que uma visão não muito agradável no espelho.

“Além da estética, com cárie podemos ter dificuldade na mastigação, problemas na fala, principalmente devido ao incômodo e a dor. Se a cárie não for tratada, ela pode ir evoluindo para a inflamação, a morte da polpa, abcessos, acometimento de ossos, pode afetar outros dentes da região e ser o causador da perda dentária. Essas bactérias podem também chegar à circulação e causar problemas no organismo”, conta.

Enxaguante bucal é eficaz contra a cárie?

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Além de manter uma boa escovação, muita gente acredita que usar enxaguante bucal diariamente também reduz as chances de desenvolvimento de cáries. No entanto, não é bem assim.

“O enxaguante bucal não reduz as chances de contrair cárie, ele auxilia na higiene bucal e não deve ser usado sem a supervisão do dentista. O que reduz é a escovação diária, com creme dental com flúor, uso de fio dental regularmente. Ida ao dentista para avaliar e diagnosticar, pois a cárie inicial não é de fácil visualização pelo portador”, explica a Dra. Bruna.

Cárie na primeira infância

Crédito: Nattakorn Maneerat/iStock

No Brasil, dados do Ministério da Saúde apontam que 30% das crianças entre 1,5 e 3 anos já tiveram cárie e, após os 5 anos, 53% das crianças também já contraíram essa doença. Essa cárie, que afeta os dentes de leite, recebe o nome de cárie na primeira infância (CPI). Mas assim como nos adultos, elas também podem (e devem!) ser evitadas.

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“Primeiro deve haver conscientização dos pais/cuidadores da criança. Indica-se limitar o consumo de açúcar em alimentos e bebidas e evitar açúcares livres para crianças com menos de 2 anos de idade. Escovar os dentes de todas as crianças duas vezes por dia com pasta fluoretada (ao menos 1000 ppm) usando uma quantidade adequada de dentifrício”, comenta a Dra. Bruna.

A dentista explica que, ao contrário do que se pensa, a cárie não afeta somente as crianças e os adultos: ela pode se tornar um problema também para a saúde bucal do seu bebê.

“Conhecida como cárie de mamadeira, esse transtorno pode acontecer devido ao contato dos dentes de leite do pequeno com líquidos açucarados, como suquinhos e achocolatados. A ida ao odontopediatra é fundamental para a prevenção de diversas doenças e favorece o entendimento e educação desde cedo”, conclui.