Conheça os gatilhos do estresse

Diferentes eventos podem levar ao estresse: mudanças, luto, problemas profissionais e mais. Saiba reconhecer os seus gatilhos do estresse.

Rayane Santos | 27 de Julho de 2022 às 17:30

simonapilolla/iStock -

Cada pessoa reage de uma maneira aos períodos difíceis da vida. A reação a situações ou eventos potencialmente estressantes é controlada por vários fatores, como idade, saúde e meio ambiente. Da mesma forma, os gatilhos do estresse são diferentes de um indivíduo para outro, pois cada um possui seus próprios traumas e experiências.

Talvez uma das coisas mais importante seja a pessoa já ter lidado com o estresse no passado. Por exemplo, um histórico de controle de estresse cria uma resiliência que ajuda a suportar dificuldades. Entenda a seguir quais são os gatilhos do estresse mais comuns.

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Tipos de estresse

O primeiro passo para controlar os estressores pessoais é identificá-los. Em geral, os principais tipos são:

Mudança: estresse ligado às mudanças importantes na vida, como terminar os estudos, casar-se, ter filhos, aposentar-se.

Família e relacionamentos: conflitos de casal, problemas com filhos e financeiros.

Problemas profissionais: excesso de trabalho, jornada longa, prazos, assédio moral e insegurança no emprego. 

Estresses cotidianos: ruídos constantes, preocupação com a segurança, agressividade no trânsito.

Escala do estresse

Na década de 1970, os pesquisadores Dr. Thomas Holmes e Dr. Richard Rahe, da Escola de Medicina da Universidade de Washington, desenvolveram a tabela de fatos da vida para avaliar o grau de estresse em determinado período. A tabela apresenta os fatos mais comuns e estressantes da vida e avalia o estresse de cada um deles. O resultado indicou que quem enfrentava vários eventos estressantes tinha probabilidade maior de adoecer do que pessoas que passaram relativamente por pouco estresse no mesmo período.

Levando em conta que o estresse afeta cada pessoa de uma forma diferente, sabemos que alguns aguentam mais do que outros. O divórcio, por exemplo, não cobra um preço tão alto quando é um alívio e não uma agonia, embora as mudanças práticas envolvidas – mudança de casa, redução da renda – ainda sejam um golpe duro. A aposentadoria também é uma mudança que afeta as pessoas de modo diferente. Para alguns, é uma esperada recompensa por anos de trabalho, enquanto outros temem a perda da identidade profissional. 

Como as mudanças nos afetam

Novas demandas na vida, mesmo quando agradáveis, podem ser demais, elevando o estresse a um nível insuportável. Toda mudança provoca um certo grau de estresse. Mesmo quando é para ser boa – como entrar de férias, por exemplo –, exatamente por exigir adaptação a novas circunstâncias. Nesses casos, um pouco de estresse pode ser benéfico e provocar melhoras de desempenho.

Para a maioria das pessoas, haverá ocasiões em que eventos que exigem muito – como mudança de casa, aposentadoria, luto– acontecem todos ao mesmo tempo. Mas frequentemente deixamos de perceber o acúmulo de pressões que estamos enfrentando. E, como ninguém tem capacidade ilimitada de se adaptar a mudanças, é bom fazer planejamentos e cuidar da saúde. Nunca se sabe quando, de repente, teremos de lidar ao mesmo tempo com várias transformações na vida.

O luto também é um gatilho

Perder alguém que amamos é traumático e estressante. Embora divórcios e separações acarretem perdas, a morte de uma pessoa amada traz um pesar mais profundo. A tristeza é tão avassaladora que parece que nunca passará; lidar com ela é difícil quando não se sabe como demonstrá-la.

As emoções reprimidas podem se manifestar em sintomas físicos, como dificuldade de dormir e má digestão, náusea e queda da imunidade – os sintomas da resposta do corpo ao estresse. A pessoa de luto pode ter até crises de pânico.

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Exercícios, boa alimentação e sono revigorante ajudam. E, sem dúvida, não é hora de enfrentar mudanças desnecessárias. Não se mude caso não seja absolutamente preciso. Acumular estresses demais ao mesmo tempo pode ser ainda mais prejudicial.

Os estágios do luto – choque, raiva, desespero, negação e, finalmente, aceitação – podem não ser bem definidos. É normal um vaivém entre eles. Não há maneira certa ou errada de vivenciar o luto. O processo pode levar muito tempo e não deve ser apressado. Não chore sozinho. Peça apoio a amigos e familiares. Muita gente precisa da ajuda de um profissional isento: peça ao seu clínico geral que recomende um terapeuta.

Agora que você já sabe quais são os principais gatilhos do estresse, entenda como o estresse crônico afeta o organismo.