Doenças cardiovasculares e gordura intra-abdominal: qual a ligação?

Doenças cardiovasculares, diabetes, hipertensão arterial e câncer são algumas das doenças causadas pela gordura intra-abdominal.

Redação | 18 de Maio de 2019 às 20:00

sanchairat/iStock -

A ligação está no comprometedor armazenamento da gordura intra-abdominal, gordura perigosa, que provoca e acelera muitos problemas de saúde. E pode, de fato, causar entupimento de artérias, doenças cardiovasculares e diabetes.

O que é?

Gordura instalada no abdome, dentro e ao redor dos órgãos internos. Assim, mulheres com cintura acima de 90 cm e homens com essa medida acima de 100 cm têm probabilidade de apresentar esse tipo de gordura. Essa gordura é perigosa mesmo se o seu peso corporal estiver dentro da faixa “saudável” para a sua altura. Para pessoas com ascendência asiática, o risco aumenta com medidas de 80 cm para mulheres e 95 cm para homens. Para medir a cintura, passe a fita métrica confortavelmente em volta da cintura, na altura do umbigo.

A gordura no fígado é preocupante. Saiba aqui por quê.

Doenças cardiovasculares, entupimento de artérias, e diabetes podem, de fato,  ser causadas pela gordura intra-abdominal.

Quais são as causas?

Comer muitos hambúrgueres e assistir à televisão por tempo demais. Sobretudo, o excesso de todas as outras atividades que o mantêm sentado, como trabalhar e dirigir. Em outras palavras, alimentação rica em calorias e vida desprovida de exercícios. O estresse crônico também contribui. Especialmente para mulheres, uma vez que o cortisol, o hormônio do estresse, instrui o organismo a armazenar mais gordura no abdome.

Reduza o tempo de assistir à televisão e você verá melhoras em sua saúde.

Como acontece?

1 Dieta hipercalórica, falta de exercício e estresse crônico conspiram para estimular o organismo a armazenar gordura perigosa, principalmente, em volta do fígado, pâncreas e outros órgãos internos.

Quer saber mais sobre fígado e pâncreas, veja nossos artigos sobre o assunto.

2 Gordura intra-abdominal bombeia ácidos graxos livres e compostos inflamatórios para a veia porta, isto é, a “rodovia” que distribui sangue do baixo abdome. Ou seja, para o fígado, pâncreas e outros órgãos internos.

3 Um influxo de ácidos graxos livres faz com que o fígado produza mais colesterol “mau” (LDL), menos colesterol “bom” (HDL); mais glicose sanguínea e menos adiponectina, hormônio que regula o uso da glicose e mantém o apetite equilibrado. Resultado: o risco de doenças cardiovasculares e de diabetes aumenta.

4 Os compostos inflamatórios secretados pelas células adiposas estimulam o crescimento de placas dentro das paredes das artérias.  Além disso, aumentam a pressão arterial e propiciam a formação de coágulos – uma receita para o infarto. E, do mesmo modo, fazem com que as células se tornem resistentes à insulina, o que contribui para o surgimento de doenças, desde Alzheimer até câncer.

Por que é perigosa?

Ao contrário da relativamente inofensiva gordura localizada nas nádegas, no quadril, nas coxas e mesmo logo abaixo da pele na região da cintura, a gordura intra-abdominal produz substâncias que aumentam os riscos de diabetes, hipertensão arterial, infarto, AVC, câncer de intestino e problemas de memória. Elas incluem compostos inflamatórios que tornam o sangue mais espesso, bem como ácidos graxos livres que estimulam o fígado a produzir mais açúcar para o sangue e LDL-colesterol (o “mau” colesterol).

Estratégias de prevenção

Coma mais frutas, hortaliças e grãos integrais e menos gordura saturada.

Exercite-se a maioria dos dias da semana por, pelo menos, 30 minutos.

Encontre tempo para relaxar todos os dias.

Corrija o ronco causado pela apneia obstrutiva do sono.