Dormir também é uma questão cultural. Saiba mais!

Como você dorme diz muito sobre o lugar onde você vive. Descubra as tradições culturais que influenciam as pessoas na hora de dormir.

Thaís Garcez | 30 de Janeiro de 2020 às 16:00

Navamin keawmorakot/iStock -

Dormir parece algo tão natural e simples. Na verdade, o sono é um processo extremamente complexo, comandado por eventos tanto internos quanto externos. As pesquisas sobre o sono ainda não conseguiram decifrar todas as relações existentes, mas já coletaram conhecimentos básicos a respeito. Mas o sono não está apenas intimamente ligado às nossas necessidades biológicas, mas está sujeito também às diversas influências culturais. Veja como o ato de dormir pode ser diferente em diversos países do mundo.

Como se deitar na cama

Para as pessoas que vivem nos países industrializados do mundo ocidental, é mais do que natural ter um quarto de dormir bastante “generoso”, equipado com uma cama de solteiro ou de casal. Dispomos de colchões que previnem dores nas costas, lençóis de tecidos de algodão respiráveis e lindamente decorados. Além de colchas e travesseiros macios e suaves de uma infinidade de tipos. Um luxo com o qual sonham muitas pessoas em outros cantos do mundo.

Na Ásia, por exemplo, muitos abrem espaço no chão de um cômodo da casa e dormem, com toda a família, sobre esteiras. E essa forma de dormir não afeta necessariamente de modo negativo a qualidade do sono. Pelo contrário, os transtornos do sono são em média muito mais frequentes em países do mundo desenvolvido do que em outros, como na Tailândia ou na Índia.

Dormir, como parte da esfera íntima, também é um hábito um tanto recente no mundo ocidental. Até o século XVII, por exemplo, mesmo na Europa hóspedes ricos de balneários dividiam camas. Alguns dormiam até a meia-noite, e a cama era passada então para uma próxima pessoa.

E entre os agricultores da Idade Média era comum uma família inteira dormir em uma única cama. Naquela época, os horários de dormir eram claramente mais irregulares. As pessoas se orientavam mais pelas exigências do trabalho no campo.

Atualmente, as diferenças na cultura do sono são mais marcantes entre as sociedades que dispõem de luz artificial e daquelas que convivem com a escuridão natural. Em princípio, quem vive em culturas sem luz artificial tende a ir deitar-se logo após o por do sol. Mas o sono é interrompido diversas vezes, algumas delas durante horas.

A maneira de se vestir

A maioria das pessoas dorme vestida. Nas regiões mais pobres do planeta, a roupa usada para dormir muitas vezes é a mesma que se usou durante o dia. No Ocidente, as pessoas costumam vestir pijama, camisola, camiseta ou roupa íntima para dormir. Aparentemente, no entanto, cada vez menos europeus têm usado roupas para dormir – as vendas desses artigos nas lojas têm caído já há alguns anos. E cerca de um terço dos homens e um quinto das mulheres dormem nus.

A sesta na China

Cada país com seu costume: na China, os funcionários de um grupo empresarial europeu de móveis se surpreenderam após a abertura da primeira filial no Império do Meio. Pontualmente ao meio-dia, vários chineses dirigiam-se às lojas e se deitavam nas camas – e sem qualquer cerimônia, eles tiravam uma sesta. Os que não encontravam uma cama livre, procuravam um sofá ou uma poltrona. Para os chineses, esse era um comportamento mais que normal.

Os gerentes das lojas de móveis reagiram e passaram a acordar os hóspedes dorminhocos pelo alto-falante para que todos retornassem ao trabalho pontualmente às 13h30.