O banho de assento é um método natural e seguro para prevenir doenças. Entenda para que serve, recomendações de uso e as contraindicações.
Julia Monsores | 27 de Julho de 2022 às 17:00
Você já fez um banho de assento? Talvez, em algum momento de sua vida, passando por uma infecção vaginal, por exemplo, seu médico tenha te recomendado essa prática, que é muito conhecida e traz ótimos resultados para o alívio dos sintomas de diversas doenças.
No entanto, é importante destacar que esse tratamento natural deve ser feito, preferencialmente, sob orientação médica. Além disso, não deve substituir o tratamento adequado do problema de saúde que está gerando tais sintomas.
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Para explicar o que é o banho de assento, como prepará-lo, quais são as substâncias mais recomendadas, e outras informações importantes, conversamos com a médica ginecologista Dr. Evelyn Prete. Confira!
“O banho de assento é um tratamento milenar usado principalmente para alívio de sintomas de infecção vaginal, urinária, e algumas doenças inflamatórias, como as hemorroidas”, explica a Dra. Evelyn Prete. “É um tratamento muito útil também em crianças quando apresentam problemas vaginais, por ser mais fácil de aplicar do que cremes e outros”.
Para fazê-lo, é bem simples: basta esquentar a água (não deixe ficar muito quente) e adicionar as substâncias do seu preparo. Em seguida, despeje em uma bacia larga e permaneça sentado, por cerca de 15 minutos. É importante que toda a região perianal fique imersa no líquido.
Entre as substâncias que podem ser utilizadas, estão:
Cerca de 75% da população com 45 anos ou mais sofre com problemas nas hemorroidas. Essas veias dilatadas podem ser bem incômodas, afetando a qualidade de vida e a realização das tarefas mais comuns do dia a dia.
Mas de acordo com a Dra. Evelyn, o banho de assento com camomila pode ser um grande aliado.
“A camomila tem atividade anti-inflamatória e calmante. Ela pode ser usada para alívio de coceira, alergias e hemorroidas”, explica.
Em geral, as hemorroidas desaparecem sozinhas em uma ou duas semanas. Mas enquanto espera, aposte em banhos de assentos, pomadas e supositórios para aliviar a dor e a coceira. No entanto, se o incômodo persistir, procure um médico.
Outra queixa comum por parte de quem vem em busca dos banhos de assentos é a candidíase. Condição que afeta até grande parte das mulheres, gera corrimento e às vezes uma coceira persistente.
No entanto, o banho de assento também pode ser útil para matar fungos.
“Algumas misturas, como bicarbonato de sódio e camomila, possuem ações anti-inflamatórias e mudam o pH da vagina, o deixando mais alcalino. E assim, prejudicam, por exemplo, o crescimento da Cândida, principal fungo causador de Candidíase”, explica a Dra. Evelyn Prete.
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No entanto, a médica alerta para a necessidade de conhecer a causa da infecção vaginal antes de preparar os banhos de assento.
“Se a mulher estiver com alguma infecção vaginal que é favorecida pelo pH alcalino, ela não deve usar o bicarbonato”, explica.
Outra planta medicinal que oferece diversos benefícios é o barbatimão. Inclusive para saúde íntima.
“O barbatimão é muito adstringente e pode ser usado para alívio dos sintomas das infecções vaginais em geral, pois não altera o pH. Alivia também a coceira e o incômodo causado pelas lesões verrucosas do HPV”, explica a Dra. Evelyn Prete.
Além disso, a médica destaca também outras substâncias que trazem resultados benéficos e podem ser adicionadas aos banhos de assento.
“O banho de assento com vinagre pode ser usado contra a vaginose bacteriana; a calêndula tem ação antisséptica; cajazeira tem ação anti-inflamatória e antisséptica, e a equinácea tem ação desintoxicante, ajudando a combater infecção urinária e a herpes genital”.
Apesar de trazer diversos benefícios, o banho de assento não é recomendado para todo mundo. Assim, há algumas contraindicações.
“Grávidas não devem realizar. E, de modo geral, ninguém deve realizar sem orientação médica pra não usar uma substância que pode prejudicar o tratamento atual. Da mesma maneira que o banho de assento não deve substituir o tratamento médico recomendado”, conclui.