Descubra 8 novidades do mundo da medicina

Confira 8 dessas notícias do mundo da medicina. Elas falam sobre temas desde medicamentos antidepressivos a tratamentos para artrite.

Rayane Santos | 5 de Outubro de 2021 às 12:00

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A todo tempo são feitas novas descobertas no mundo da medicina. Ao redor do mundo inteiro, existem universidades, empresas, laboratórios e outras instituições dedicadas à pesquisas nos mais diversos ramos das ciências, incluindo a medicina.

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Esses estudos abrangem temas que vão desde medicamentos antidepressivos a tratamentos para artrite. Confira a seguir 8 dessas novidades do mundo da medicina.

Uso frequente da internet: às vezes, faz bem 

Passar uma parte do dia na internet pode ser útil ou prejudicial à saúde mental, dependendo do que se faz lá. Uma revisão canadense de 2020 ligou o uso de mídias sociais ao sofrimento mental de adolescentes, em parte por provocar a sensação de que os outros têm vida ou aparência melhor do que a sua. 

Por outro lado, num estudo britânico de 2021, idosos que entravam na internet pelo menos uma vez por dia durante o lockdown da pandemia tenderam a se sentir menos deprimidos quando comparados aos que acessaram a internet só uma vez por semana ou menos. Os benefícios foram se comunicar com a família e com os amigos, encontrar inspiração para atividades divertidas fora da internet e ter uma distração rápida e agradável num dia duro. (Vídeo de gatinho, quem quer?)

A cintura é uma métrica útil da saúde cardíaca 

Desde a década de 1970, o índice de massa corporal ou IMC (razão entre o peso e o quadrado da altura) foi muito usado para estimar os riscos de saúde ligados ao excesso de gordura corporal. No entanto, alguns afirmam que estamos desdenhando suas limitações. 

Um grupo de especialistas do mundo inteiro publicou uma declaração no início de 2020 sugerindo que os médicos também deveriam medir a cintura, já que, sozinho, o IMC nem sempre é um bom indicador de risco cardiovascular. 

Por exemplo, uma pessoa atlética e musculosa pode ter IMC alto e coração saudável. Por outro lado, muita gente perde os músculos com a idade, o que pode baixar o IMC, apesar do nível elevado de gordura corporal. Assim, embora o IMC seja útil, acrescentar a medida da cintura deixa mais claro o perfil de risco.

Por que pequenos reveses não deveriam incomodar 

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Os cientistas provaram que é melhor não se incomodar com pequenas coisas. Para simular o efeito emocional dos reveses diários – como perder o ônibus ou derrubar o café –, os pesquisadores mostraram imagens desagradáveis às pessoas. 

Exames do cérebro revelaram que a reação negativa de alguns participantes, mais que a de outros, durou mais tempo numa região chamada amígdala. Os participantes cuja atividade cerebral voltou ao normal mais depressa tiveram mais probabilidade de dizer que estavam frequentemente de bom humor. Essas mesmas pessoas também deram a seu bem-estar psicológico uma nota mais alta do que sete anos antes.

Novo tratamento para a dor da artrite no joelho 

As próteses de joelho são muito úteis na osteoartrite grave, mas nem todo mundo pode ou quer passar por uma grande cirurgia. Hoje há outra opção chamada embolização da artéria do joelho.

Um especialista abre um furinho minúsculo na coxa do paciente e usa um tubo bem fino para inserir partículas que diminuem o fluxo de sangue anormal no joelho, reduzindo assim a inflamação. O procedimento não exige anestesia geral nem internação hospitalar. A maioria dos pacientes tem uma redução mínima de 50% da dor durante pelo menos doze meses.

Pós-pandemia, lavar as mãos continuará importante

Lavar as mãos deve ser um hábito permanente. (Imagem: Wavebreakmedia/iStock)

A Covid-19 levou as pessoas a lavarem frequentemente as mãos com sabão para reduzir o risco da transmissão do vírus – pelo menos no estágio inicial. No ponto máximo da primeira onda, em abril de 2020, a equipe de um hospital de Chicago disse que lavava as mãos em 75% das ocasiões exigidas (por exemplo, antes de entrar no quarto de um paciente). Em agosto do mesmo ano, a equipe voltou ao nível pré-pandemia de cerca de 55%. 

Fora dos hospitais, é provável que também estejamos retomando hábitos menos ótimos. Mas, mesmo com a redução dos casos de Covid-19, ainda há razões para manter o alto padrão de lavagem das mãos. Uma delas é prevenir a disseminação do resfriado comum, da diarreia e, principalmente, da gripe, que continua a ser uma causa importante de mortes. 

A dificuldade de largar o antidepressivo 

Estima-se que até metade das pessoas que tomam antidepressivos a longo prazo não tem mais razões clínicas para continuar a usá-los. O modo de saber se ainda precisa deles é parar de tomá-los sob supervisão médica e ver o que acontece. Infelizmente, há pouca pesquisa sobre como fazer isso com sucesso e segurança. 

Muitos antidepressivos causam dependência física porque o cérebro se ajusta a seu efeito sobre a atividade dos neurotransmissores e deixa de funcionar normalmente sem eles. Para dar tempo para o cérebro se ajustar, os especialistas recomendam reduzir a dose aos poucos; ir depressa demais provoca sintomas de abstinência, como náusea e tremores. Quem usa há pouco tempo pode se reajustar em até um mês, mas, para quem toma o medicamento a longo prazo, o reajuste pode exigir muitos meses. 

Uma revisão recente observa que não é fácil distinguir os sintomas de abstinência de antidepressivos dos sintomas da volta da depressão. Humor tristonho, insônia e mudança de apetite podem ser causados pelos dois. Por causa disso, as pessoas podem acreditar que estão tendo uma recaída quando não estão. Para saber como interromper o uso de antidepressivos com segurança, converse com o médico.

Esteatose hepática: ameaça calada e mortal 

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Em razão do nível crescente de obesidade e do envelhecimento da população, a esteatose hepática está aumentando. Essa doença é caracterizada pelo aumento do acúmulo de gordura no fígado. Além da obesidade, outros fatores de risco são a diabetes tipo 2 e o consumo excessivo de álcool.

Cerca de um quarto dos adultos tem esse problema mas não sabe porque não há sintomas, de acordo com uma pesquisa canadense publicada em CMAJ Open em junho de 2020. A esteatose hepática pode causar cicatrizes permanentes no fígado, câncer e, até mesmo, morte. Quem tem obesidade e diabetes deveria fazer exames específicos para prevenção da doença.

Aguentar a dor pode trazer recompensas

A doença arterial periférica nos membros inferiores atinge cerca de 250 milhões de pessoas no mundo inteiro. Essa doença é caracterizada por vasos sanguíneos estreitos, que reduzem o fluxo de sangue para os membros.

Num estudo da revista JAMA, alguns pacientes com sofrem com essa doença andam devagar para evitar a dor causada por ela. No entanto, outros continuam andando mesmo com dor. Um ano depois, este último grupo conseguia andar bem mais depressa e por mais tempo.

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