Síndrome dos Ovários Policísticos: causas, sintomas e tratamento

A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é um distúrbio que afeta mais de 2 milhões de mulheres por ano no Brasil.

Thaynara Firmiano | 21 de Setembro de 2022 às 19:00

Lin Shao-hua/iStock -

A síndrome dos ovários policístico (SOP) é um distúrbio hormonal feminino complexo. Ocorre quando as mulheres têm altos níveis de hormônios masculinos, impactando na ovulação e no ciclo menstrual. No Brasil, cerca de 2 milhões de casos são diagnosticados por ano.

Os especialistas também apontam uma conexão com a resistência à insulina, a infertilidade e os cânceres de mama, rim e cabelo. Também pode haver um componente genético. As mulheres com SOP tendem a apresentar hipertensão arterial, níveis sanguíneos baixos de HDL-colesterol, níveis altos de triglicerídios e glicemia em jejum elevada, além de correrem maior risco de desenvolver diabetes do tipo 2 e doença cardiovascular.

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O que causa a Síndrome dos Ovários Policísticos?

(Foto: andriano_cz/iStock)

A causa real do distúrbio não é conhecida, mas os sintomas decorrem de um desequilíbrio hormonal em que há produção excessiva de androgênios (hormônios sexuais masculinos normalmente presentes apenas em pequenas quantidades nas mulheres) e hormônio luteinizante, que controla a produção de estrogênio e progesterona pelos ovários. Isso pode inibir a ovulação e reduzir a fertilidade. Além disso, os tecidos do corpo podem ser menos sensíveis aos efeitos da insulina, o hormônio que controla a glicose.

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Quais são os principais sintomas?

As características da SOP variam, mas incluem redução da frequência ou ausência de períodos menstruais e aumento dos pelos corporais (hirsutismo). Algumas mulheres podem ter ovulação pouco frequente ou não ovular, comprometendo a fertilidade. Às vezes há maior risco de diabetes e doença cardíaca, há ainda sintomas como:

Como é feito o diagnóstico e tratamento?

Os cistos podem ser detectados por ultrassonografia. Exames de sangue pesquisam anormalidades hormonais típicas. Quanto ao tratamento, quando feito de forma correta o emagrecimento ajuda a reduzir os problemas associados à SOP. O anticoncepcional combinado pode ser usado para regularizar a menstruação.

Outros tratamentos hormonais reduzem a acne e o hirsutismo. Hormônios são administrados para estimular a ovulação e promover a fertilidade. Medicamentos hipoglicemiantes, como a metformina, podem ser prescritos. Em alguns casos, usa-se a eletrocoagulação (tratamento por calor) laparoscópica para remover os cistos. Os sintomas da SOP em geral melhoram com medicamentos e outros tratamentos. Muitas mulheres conseguem engravidar, inclusive.

Conexão entre a síndrome do ovário policístico e a alimentação

A abordagem terapêutica da síndrome do ovário policístico é semelhante à preconizada para o diabetes do tipo 2. As mulheres com SOP podem ter dificuldade para emagrecer, talvez porque os altos níveis de hormônios masculinos estimulem o apetite. Siga algumas orientações a seguir, mas lembre-se de consultar o seu médico para seguir um tratamento específico para o seu caso.

Emagreça alguns quilinhos

Para quem sofre com a síndrome, emagrecer alguns quilos certamente pode representar uma enorme diferença. Isso porque a diminuição de apenas 5% do peso diminui a resistência à insulina, com melhora da síndrome do ovário policístico.

Aumente o consumo de fibras

O acréscimo de fibras prolonga a saciedade e ajuda a evitar excessos. Escolha alimentos como maçã, pera, frutos silvestres, feijão-de-lima, feijão-rajado e guando.

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Controle o tamanho das porções

Entenda que para tratar a síndrome você deve controlar o seu cardápio. Isso significa, por exemplo, rever a quantidade de porções em seu prato. Porções muito grandes implicam calorias em excesso. Prefira controlar o seu prato integrando porções de alimentos saudáveis, como frutas e vegetais.

O pão branco deve ser evitado na dieta de quem tem a síndrome do ovário policístico (Foto: VikkiePix/iStock)

Avalie a carga e o índice glicêmico

A carga e o índice glicêmico indicam o efeito dos alimentos no aumento dos níveis de glicose e insulina no sangue. Evite alimentos de alto índice glicêmico, como pães brancos e cereais refinados, e escolha alimentos de baixo índice glicêmico, como leguminosas, grãos integrais e muitas verduras e frutas, para diminuir a compulsão por doce e facilitar a adesão a uma alimentação saudável.

O que fazer além da dieta?

Para combater a SOP, a dieta, o exercício e o emagrecimento são cruciais. Crie uma rotina de exercícios que certamente ajudarão no combate à síndrome do ovário policístico. É possível adotar práticas simples, como a caminhada e a meditação, que possuem um efeito gigantesco no corpo e na mente. Confira algumas opções:

Comece a caminhar

Você provavelmente já deve ter ouvido falar nos benefícios da caminhada. Uma corrida de 10 minutos, por exemplo, é uma excelente maneira de se tornar mais ativo. Alie a caminhada também ao seu cardápio diário: alguns alimentos, sobretudo frutas e verduras, podem ser benéficos não apenas para melhorar a sua performance, como também para combater a SOP.

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Enfrente o estresse

Muitos sintomas provocam sentimentos estressantes que podem fazer você se sentir ainda pior e deixar de lado os cuidados de que precisa para melhorar. Fuja deste círculo vicioso.

O estresse pode ser um fator muito prejudicial para quem tem a síndrome (Foto: demaerre/iStock)

Descubra a terapia cognitiva comportamental

Essa psicoterapia de curta duração ensina habilidades de enfrentamento e ajuda a controlar comportamentos inúteis. Um estudo feito em 2009 mostrou que oito sessões semanais mais três sessões familiares ajudaram adolescentes com SOP a emagrecer e melhorar da depressão.

Enfrente a depressão

Se você tem síndrome do ovário policístico, é provável que seu risco de ter depressão seja maior do que o de outras mulheres. Infelizmente, muitos fatores atualmente contribuem para o desenvolvimento desse mal.

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Com o intuito de reduzir esse risco, experimente a meditação, a ioga ou outras técnicas de relaxamento. Além disso, não descarte pergunte ao seu médico sobre a conveniência do encaminhamento a um psiquiatra.


Atenção: Esta matéria tem caráter informativo e não substitui a consulta médica. Para ter o diagnóstico correto dos seus sintomas e fazer um tratamento eficaz e seguro, procure orientações de um médico.