Raiz-forte: conheça melhor esse tempero e ótimo descongestionante

Descubra como a raiz-forte pode ir além da culinária e ser um ótimo antídoto contra problemas respiratórios e outros males de saúde.

Thaís Garcez | 29 de Junho de 2020 às 21:00

eskymaks/iStock -

Ao misturar a raiz-forte no molho que acompanha frutos do mar ou ao usá-la para incrementar aquele rosbife, provavelmente você nem imagina que esse condimento é um remédio potente contra bronquite aguda.

Mas quando precisar ajudar alguém com infecção respiratória conte com a raiz-forte (Armoracia rusticana). Essa raiz, que arranca lágrimas de quem a põe na boca, ajuda em muito a dissolver aquela congestão nasal que não dá trégua.

Sua história

A raiz-forte, cultivada há mais de 3.500 anos, tem dupla utilidade: é usada tanto como condimento quanto como medicamento. No século XVIII, entretanto, foi incluída na Materia Medica das London Pharmacopoeias, fazendo dela, oficialmente, um remédio. Os médicos tratavam tosse, inclusive coqueluche, e rouquidão com raiz-forte.

Os terapeutas a trituravam para utilizar em emplastros e unguentos, que aplicavam na pele dos pacientes para tratar reumatismo, dor ciática, dor facial, gota e outros distúrbios dolorosos. A raiz-forte era usada também como cosmético, para remover sardas do rosto, limpar e refrescar a pele.

Principais características da raiz-forte

A raiz-forte contém glicosídeos, compostos de sabor forte encontrados em várias espécies vegetais, entre elas a mostarda. Essas substâncias têm ação irritante se aplicadas na pele e fazem os vasos sanguíneos se dilatarem. Porém, seu efeito combinado pode contrabalançar a irritação, aliviando dores e agindo como expectorante.

A raiz-forte também tem ação antimicrobiana, agindo como descongestionante do nariz, seios paranasais e brônquios. Isso explica por que ela ajuda a eliminar resfriados e infecções respiratórias. Além disso, suas propriedades antissépticas e diuréticas também são aproveitadas para ajudar no tratamento de infecções do aparelho urinário.

O que dizem os cientistas

Se você for procurar a raiz-forte na literatura científica, não conseguirá achar quase nada. Num estudo realizado em 2007, foram encontrados indícios de que um produto à base de raiz-forte e capuchinha pode evitar infecções na bexiga em pessoas com histórico desse tipo de infecção crônica. No entanto, os especialistas no assunto não confiam na qualidade desse estudo.

Apesar da falta de embasamento científico, o uso tradicional dessa raiz motivou autoridades da Alemanha a aprovar e incluir a raiz-forte na categoria de fitoterápico no influente relatório da Comissão E. Eles recomendam seu uso interno para tratar doenças respiratórias e infecções urinárias e seu uso externo (na forma de cataplasma) como expectorante.

Onde comprar raiz-forte?

Se der a sorte de encontrar raiz -forte fresca na feira, ou se conseguir você mesmo plantar a sua, basta descascá-la e ralá-la conforme a necessidade. Lembre-se de que o produto perde o sabor forte logo depois de ralado ou quando é aquecido. Como fazer o molho de raiz-forte: rale a raiz (procure fazer isso em local bem-ventilado, para não inalar o cheiro que ela libera). Para cada xícara de raiz-forte ralada, adicione meia xícara de chá de vinagre de vinho branco e uma colher de chá de sal. Ponha num pote, cubra e guarde na geladeira. Ou então compre o molho pronto (vendido em embalagem refrigerada) e guarde na geladeira.

Fique atento!

O wasabi é aquela pastinha verde servida com pratos japoneses, como o sushi. Ele é feito da planta Wasabia japonica, e tem propriedades descongestionantes parecidas com as da raiz-forte. Mesmo que seja fanático por sushi, é provável que você nunca tenha provado o wasabi de verdade. O motivo?

A maioria dos restaurantes de comida japonesa faz seu próprio “wasabi” misturando raiz-forte em pó, mostarda em pó, amido de milho (maisena) e corante culinário. O wasabi de verdade, vendido em pó ou pasta, é bem caro. Ao comprar, leia o rótulo para ter certeza de que está levando wasabi puro.