10 dicas de como se preparar para trabalhar como freelancer

Está pensando em começar a trabalhar como freelancer? Este passo a passo com dez dicas pode te ajudar a alcancar seu objetivo!

Arman Neto | 30 de Setembro de 2020 às 14:00

fizkes/iStock -

São diversos os motivos que levam alguém a optar por viver como freelancer. Desde pessoas com dificuldades em conseguir um emprego formal, passando por quem apenas quer fazer uma grana extra, àqueles que almejam um estilo de vida diferente, com mais autonomia. 

Outro motivo que faz muitos profissionais cogitarem uma carreira de freelancer são os momentos de crise. 

A pandemia da covid-19, por exemplo, foi um desses eventos que nos forçaram a passar por muitas mudanças. Provavelmente o trabalho freelancer, assim como aconteceu com os trabalhos de forma remota, começou a ser considerado por muita gente. 

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Porém, independente da razão que leve uma pessoa a trilhar por esse caminho, a verdade é que trabalhar como freelancer é algo muito possível e que atrai cada vez mais adeptos. 

Mas afinal, o que é o trabalho freelancer? 

Embora muita gente tenha a resposta para essa pergunta na ponta da língua, ainda há quem tenha dúvidas do que esse termo realmente significa. O modelo de trabalho freelancer é um modelo no qual um profissional independente oferece seus serviços a clientes ou empresas sem um vínculo empregatício. 

Neste modelo, o profissional passar a se tornar responsável por todas as etapas e processos do seu trabalho, que vão desde o contato com o cliente até às burocracias relacionadas às finanças. 

Portanto, é bom desconstruir aquela visão romantizada de que o trabalho freelancer é mais simples ou menos exigente. Pelo contrário, ele carece de muita seriedade!

E quem pode atuar como freelancer?

É muito comum vermos por aí profissionais ligados às áreas de tecnologia e comunicação oferecendo seus serviços como freelancers. Mas a verdade é que qualquer pessoa que atue em uma área que possa oferecer os seus serviços de maneira independente pode adotar esse modelo de trabalho. 

Isto posto, além de redatores, programadores, designers gráficos etc, podemos encontrar arquitetos, jornalistas, tradutores, fotógrafos, músicos, dentre tantos outros, que oferecem os seus serviços como freelancers. 

Ou seja, o mercado freelancer é uma ótima janela de oportunidades e com bastante espaço para se crescer profissionalmente. Porém, requer muita disciplina e organização.

E foi foi pensando justamente nisso que preparamos este passo a passo para servir como uma espécie de guia para quem pretende dar os seus primeiros passos em uma carreira como freelancer. 

1. Não atire para todo o lado 

Pode pegar mal você estar disponível para serviços muito diferentes. (Imagem: Pablo Guerrero/Unsplash)

Por mais que você saiba fazer coisas diferentes e acredite que possa oferecer serviços variados, é importante ter em mente que atirar para todo o lado pode não ser um bom negócio para a sua carreira de freelancer. 

Primeiro porque pode pegar muito mal você estar disponível para serviços muito diferentes ou que exijam bastante tempo e dedicação para realizá-los.

Um redator que saiba outra língua e também trabalhe com tradução faz sentido, mas alguém que só porque se formou em publicidade se propõe a trabalhar em todas as áreas da profissão, não. E o cliente, quando sabe o que quer, está atento a esse tipo de coisa. 

É como quando Bruce Lee disse que não tinha medo de um homem que praticou 10.000 chutes diferentes, mas sim de um homem que praticou o mesmo chute 10.000 vezes: vale muito mais você focar naquele trabalho no qual se especializou e fazê-lo bem feito do que querer abraçar o mundo e não dar conta do recado. 

2. Saiba vender o seu peixe

Tenha um bom portfólio, sempre atualizado. (Imagem: Anete Lūsiņa/Unsplash)

Essa é uma habilidade que todo profissional freelancer precisar dominar. Afinal, está em suas mãos tornar o seu trabalho conhecido e conquistar a confiança de possíveis clientes, mostrando que você é capaz de executá-lo muito bem. 

Para tanto, há duas coisas que podem ajudar e muito: ter um bom portfólio (sempre atualizado) e fazer um bom uso das redes sociais

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Um bom portfólio é composto pelos melhores trabalhos que já foram realizados por você. Portanto, escolha os projetos que você acredita que mereçam destaque e tenham a ver com o serviço que você está oferecendo como freelancer. Para apresentá-lo, você pode optar por um site pessoal ou por plataformas especializadas como Behance e Cargo.

Já as redes sociais servem como uma ótima vitrine para o que você anda fazendo e também para construir um bom networking. Por meio de redes como LinkedIn, Instagram e Twitter é possível manter contato com os seus clientes e com colegas de profissão. Inclusive, essas pessoas podem ser muito úteis para conseguir novos clientes e parceiros. Produziu algo novo? Compartilhe por lá. Viu um trabalho bacana de um colega? Parabenize-o! 

3. Escolha um bom lugar para trabalhar

Escolher um lugar calmo, com pouca movimentação e sem muito barulho ajudará seu trabalho. (Imagem: Roberto Nickson/Unsplash)

Pode até parecer bobeira no início, mas esta é uma dica muito importante! Principalmente se você vai trabalhar de casa e mora com outras pessoas. 

Trabalhar em um local onde você não será interrompido o tempo todo fará toda a diferença. Afinal, voltar ao ritmo depois de tirarem a sua concentração é terrível. Por isso, escolha um lugar calmo, com pouca movimentação e sem muito barulho. 

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Outras alternativas possíveis são os cafés, espaços de coworking e bibliotecas públicas. Você só precisa se certificar de que esses locais sejam minimamente confortáveis e tenham acesso a uma boa conexão à rede Wi-Fi.  

4. Não tenha medo de cobrar um preço justo pelo seu trabalho

Cobrar o valor adequado é um desafio. (Imagem: Rmcarvalho/iStock)

Este tópico é um dos maiores terrores do profissional freelancer. Saber como precificar o seu trabalho é sempre delicado e não existe fórmula mágica. 

Uma maneira segura de saber o quanto cobrar pelo seu serviço é descobrir quanto vale a sua hora de trabalho. Um jeito básico de fazer isso é pensar no quanto você quer ou precisa de renda no final do mês (contando despesas profissionais mais suas despesas pessoais) e dividi-las por quantas horas você quer trabalhar por semana. 

Exemplo: ao final do mês você precisa de R$ 5000,00 e quer trabalhar 40 horas por semana, o que totaliza 160 horas por mês. Fazendo essa divisão, sua hora de trabalho custará R$ 31,50. Tendo isso em mente, você tem uma noção básica de quanto cobrar pelo seu serviço. 

Você também pode criar uma tabela de valores por serviços específicos de acordo com quanto você acha que cada um deles valem e cobrar de acordo com o que lhe for contratado. 

Entretanto, é importante ter em mente que em diversos momentos você precisará ser flexível para negociar com o seu cliente o quanto ele pode (ou está disposto a pagar) sem que você deixe de lucrar. Até porque cada caso é um caso. 

Como exemplo, vale a pena não esquecer que um cliente que mora na Baixada Fluminense do Rio de Janeiro pode não ter condições de pagar o mesmo preço que um cliente da Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro. Então, vale a pena analisar a situação e ver o que você pode fazer para que vocês possam fechar negócio.

Ainda se sente inseguro em precificar seu trabalho? Esta calculadora virtual pode ser uma mão na roda para você.

5. Seja organizado

Organize seu trabalho para ter a exata noção do que está sendo produzido. (Imagem: Elijah O’Donnell/Unsplash)

É extremamente importante que você seja organizado com todas as etapas do seu trabalho. Não só para não se perder com ele, mas também para conseguir ser transparente e objetivo ao se comunicar com os seus clientes. 

Ou seja: anote tudo! De gastos para as produções de seus trabalhos, em que pé andam seus projetos, quais projetos você está trabalhando, eventuais contas, prazos e o que mais for necessário. 

6. Adote uma rotina

Mantenha uma rotina de trabalho. (Imagem: Estée Janssens/Unsplash)

Esta é mais uma dica que fará toda a diferença na sua vida como profissional independente. 

Uma das coisas que perdemos ao deixar de trabalhar de maneira tradicional é o famigerado horário de trabalho. Não raro pegamos às nove da manhã e terminamos o expediente por volta das seis, sete da noite. Esse horário pode ser ruim, mas as horas dedicadas às suas tarefas profissionais são importantes à beça. 

Portanto, estabeleça um horário para você se dedicar integralmente ao seu trabalho. Seja esse horário durante a manhã, à tarde ou até mesmo à noite. Além do mais, adotar uma rotina é também uma forma de se organizar e ser produtivo. 

7. Se prepare para lidar com assuntos burocráticos 

Ser MEI implica direitos e obrigações. (Imagem: Kelly Sikkema/Unsplash)

Essa é uma questão que todo profissional freelancer precisa se preocupar, quer queira ele ou não. Principalmente se a sua intenção for trabalhar integralmente desse modo. 

Muitas empresas (e até mesmo clientes que não representam alguma empresa) fazem questão da nota fiscal dos serviços que contratam. Ser MEI ou ter uma empresa aberta pode ser as melhores opções diante dessa situação. 

Além disso, muitos freelancers desconhecem seus direitos e obrigações, deixando até mesmo de declarar seus ganhos. Portanto, formalizar seus serviços pode fazer toda a diferença. Para tanto, você pode procurar  a consultoria de algum especialista ou até mesmo se informar por canais como o Portal do Empreendedor.

8. Cogite trabalhar com contratos

Documente tudo, assim você garante o cumprimento do acordado. (Imagem: Adeolu Eletu/Unsplash)

Trabalhar com contratos pode ser uma ótima saída para evitar problemas com os seus clientes. Tendo tudo documentado e acordado por meio de um contrato garante não só que eles não cobrem ou esperem mais do que vocês negociaram como também garante a eles que você cumprirá com o que se comprometeu. É uma forma de assegurar ambas as partes.

9. Aprenda a dizer não

Saiba a hora de dizer “não”. (Imagem: kaipong/iStock)

Essa dica é bem simples, mas bastante importante. Saber dizer “não” é imprescindível para a vida de um freelancer. E esse não é para diversas coisas, como por exemplo, uma proposta de trabalho que vai além das suas capacidades, propostas de trabalho quando você já está ocupado com outros projetos – o que só atrapalharia os seus prazos e cronogramas, propostas que desvalorizem o seu trabalho e por aí vai.

Fique atento, pois saber dizer não é mais do que um sinal de amadurecimento, é também um sinal de profissionalismo e respeito que você tem pelo seu próprio trabalho e pelos seus clientes. 

10. Faça um bom trabalho

Sua dedicação ao trabalho é seu cartão de visita. (Imagem: djiledesign/iStock)

Fazer um bom trabalho é o básico. E isso vai desde respeitar os seus prazos até a forma como você se comunica com os seus contratantes. 

Inclusive, não há melhor publicidade para um freelancer do que um cliente satisfeito. Ele não só poderá se fidelizar a você, como irá falar bem do seu trabalho e o recomendará a outros. Portanto, é melhor caprichar para entregar o melhor serviço que você pode dentro do que foi combinado entre vocês. 

Outra coisa que é intrínseca a um bom profissional é a sua disposição em continuar aprendendo. Faça cursos, leia livros de referência da sua área, mantenha-se informado e atualizado. Isso com certeza irá reverberar naquilo que você produz.  

Bônus: Pretende se tornar freelancer em tempo integral? Planeje-se! 

Repense seus gastos se você deseja se dedicar ao método freelancer de trabalho. (Imagem: m-imagephotography/iStock)

Se você almeja largar o seu trabalho formal para adotar o método freelancer de trabalho, é importante tomar algumas precauções. 

Primeiro, não o faça da noite para o dia. Tente fazer uma transição gradual. Isso além de lhe conferir mais segurança, te dará mais garantias para ser bem sucedido. 

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Outra coisa que fará muita diferença em seu planejamento é repensar suas despesas pessoais e sua renda. Se organizar para ter uma reserva de emergência é crucial. Muitos profissionais dizem que o ideal é você ter um fundo que cubra suas despesas básicas por pelo menos um ano, mas há também aqueles que acreditam que pensar num período de três meses já é o suficiente. 

Para tanto, estudar e compreender questões relacionadas a investimentos financeiros se torna algo essencial. Saber economizar também. Então, melhor correr atrás. 

É só se planejar direitinho e ter muita calma que tudo dará certo.