Meditar faz bem para o cérebro? Saiba o que a ciência descobriu

Meditar é bom para relaxar e encontrar um equilíbrio, mas meditar faz bem também para o cérebro. Descubra como o nosso organismo reage a essa atividade.

Thaís Garcez | 17 de Abril de 2020 às 12:00

Benjavisa/iStock -

O relaxamento traz clareza de pensamento e libertação do estresse, e, portanto, é uma maneira de melhorar a saúde física e mental. Caso tenha consciência de que a ansiedade faz parte do seu estado habitual, praticar alguma forma de meditação pode ser muito bom. Mesmo que esse não seja o caso, todos podem se beneficiar de esquecer as ansiedades e de se concentrar no momento. Meditar faz bem!

A ciência por traz disso

O eletroencefalograma (EEG) de sujeitos em estado de meditação revelou o aumento da atividade no córtex pré-frontal esquerdo – uma área associada a sentimentos positivos – e a redução da atividade no córtex pré-frontal direito – que está relacionado a sentimentos negativos como tristeza e depressão. Já os EEGs de monges budistas mostraram uma elevação duas ou três vezes maior da atividade neural do que os daqueles que meditavam esporadicamente.

A meditação pode diminuir a frequência cardíaca, a respiração e a pressão arterial e reduzir a ansiedade, a dor, a insônia e a produção de cortisol. Trata-se de um método simples e eficaz de queda do estresse.

Essas observações sugerem que a atividade mental intensa ao meditar envolve várias partes diferentes do cérebro. Além disso, após milhares de horas de prática, produz mudanças permanentes nas conexões cerebrais e fisiológicas.

A imagem por ressonância magnética (IRM) também mostrou que o córtex de pessoas mais velhas que praticam algumas horas de meditação por semana é mais grosso do que o daquelas que não meditam. Essas conclusões podem ser de interesse na luta contra o envelhecimento mental, porque a espessura do córtex tende a diminuir com a idade.

A meditação e o mindfulness

A meditação é uma técnica altamente eficaz para focar a mente e mantê-la atenta. Com a prática, é possível aplicar às atividades diárias em casa ou no trabalho uma disciplina similar. O estado resultante do mindfulness pode melhorar a memória e também nos ajudar a funcionar de modo mais efetivo.

Todos conhecemos situações em que esquecemos as chaves ou chegamos ao final da página de um livro sem registrar uma única palavra do que acabamos de ler. Mas a razão para essas falhas de atenção não é tanto perda de memória ou caos mental – nossa mente simplesmente vaga.

Há, porém, uma forma muito eficaz de treinar a mente para prestar mais atenção em tudo: o mindfulness (atenção plena), que é similar à meditação, mas, em vez de focar a respiração, faz com que você mantenha o foco naquilo que está fazendo, vendo ou ouvindo.

Meditar faz bem

Quando praticamos a atenção plena, estamos exercitando o “músculo” da atenção, portanto aprendemos a ter mais controle sobre o que escolhemos focar. A prática da meditação mindfulness traz muitos benefícios.

Cultive o mindfulness

Há muitas maneiras práticas com que podemos incentivar o desenvolvimento do mindfulness. Não há dificuldades nisso – basta fazer o que já está acostumado todos os dias, mas de forma diferente.

Mantenha-se no presente

Evite julgar constantemente todos os eventos, objetos e ambientes. E não deixe que sua experiência anterior atrapalhe o momento presente. Pensamentos como “Sempre odiei ir a esse escritório velho e medonho” o afastam do presente e desperdiçam a energia emocional.

Caminhe com atenção plena

Da próxima vez em que for caminhar, não se perca nos pensamentos, apenas olhe ao redor. Preste atenção nas cores das casas, no cheiro da cidade, nos rostos dos transeuntes. Repare também como a sua mente tenta afastá-lo da experiência direta sobre as coisas que você está observando. Tente não se distrair até a caminhada terminar.

Em seguida, pense sobre a experiência. Reparou nas coisas que você normalmente ignora? O mindfulness nos torna mais atentos aos sentidos e ao mundo ao redor.

Dê férias à mente

Muitos de nós voltam das férias mais cansados do que antes. Isso porque a mente se torna ainda mais distraída e caótica em um ambiente novo. Da próxima vez que tiver o prazer de sair de férias, deixe a mente descansar também. Concentre-se nas paisagens e nos sons ao seu redor – o céu limpo, as ondas na praia, as árvores, o canto dos pássaros. Fique imerso em cada momento sem deixá-lo passar despercebido ou sem apreciá-lo.