Bazar entre amigas: saia da crise desapegando

Que tal desapegar e fazer um bazar com suas amigas? Os bazares e brechós são uma forma criativa de desapegar e sair da crise. Veja dicas!

Amanda Santos | 17 de Novembro de 2019 às 18:55

VictorHuang/iStock -

Sabe aquelas roupas que estão há mais de um ano no seu armário, mas quase não foram usadas? Já pensou que essas peças podem ficar ótimas em uma amiga? Talvez esta amiga tenha no guarda-roupa dela uma saia que seria a ideal para aquela festa de fim de ano que você vai. Então, por que não unir o útil ao agradável e fazer um grande bazar entre amigas?

Esse tipo de bazar, que nada mais é do que uma troca de roupas e acessórios entre amigas, tem se tornado cada vez mais comum entre mulheres de diferentes idades.

A proposta é simples e, em tempos de crise econômica, ajuda a reciclar o que se tem em casa gastando pouco ou quase nada. Além disso, essa atividade vem ao encontro de um movimento que está crescendo no mundo fashion: o consumo mais consciente e ecológico.

“Uma grande parte do meu guarda-roupa é formado por peças de troca ou que adquiri em brechós. Só compro algo novo se for muito diferente do que já tenho ou o que eu preciso substituir, porque está danificado”, diz a personal stylist Luana Straccialini, de 37 anos, que costuma organizar bazares entre as suas amigas.

Bazar entre amigas: vista-se bem gastando pouco

A ideia dela de promover esses encontros surgiu ao observar o comportamento de suas clientes, que não sabiam o que fazer com peças mais caras ou novas que não usavam. “Eu percebia que elas se sentiam melhor quando eu sugeria doar essas peças para pessoas próximas, como irmãs, mãe ou amigas”, explica Luana.

Daí para o bazar de troca foi um pulo. A terapeuta Renata Scarelli Fernandes, de 34 anos, é amiga de Luana e também adepta do movimento.

“É bem legal. Além de conversar, vira e mexe levamos roupas e acessórios nestas reuniões de amigas. Tem uma blusa, por exemplo, que eu adorei na loja, mas que não tinha o meu número. Em um desses bazares, encontrei a mesma peça, exatamente do meu tamanho”, diz.

Para não dar confusão, Straccialini diz que é bom estabelecer algumas regras, que podem ser definidas em comum acordo por todo o grupo. No caso delas, roupas que não encontram uma nova dona são levadas para serem doadas a alguma entidade beneficente. Quando há mais de uma interessada em um mesmo artigo, é feito um sorteio.

“A ideia é desapegar”, afirma a personal stylist. Para Luana, além da economia de grana, garimpar roupas com as amigas ou em brechós também é uma forma de ter um visual mais autêntico.

“Quando você compra só as tendências ou aquilo que está na moda, a impressão é a de que está todo mundo igual com o mesmo estilo. Gosto de peças diferentes”, afirma.

O primeiro passo é o desapego. (Foto: Deagreez/iStock)

A difícil arte do desapego: quando é o momento de abrir mão?

Todo o mundo tem roupa parada no guarda-roupa. Essa é uma das premissas das amigas Maria Fernanda Teixeira e Nicoly França. Aos 27 anos, as duas são idealizadoras do Desavesso, canal no YouTube em que falam sobre moda sustentável e que tem como lema o desapego. “Não faz sentido ter um monte de peça guardada no armário, que não é mais usada”, diz França.

Mas, afinal, qual é o momento de abrir mão da roupa? Segundo Nicoly, há algumas indicações para isso. Ficar mais de um ano sem usar a peça é uma delas. “Quer dizer, que você já passou por todas as estações do ano e por diferentes momentos e, mesmo assim, não usou. Portanto, vai ser difícil usar.”

Outra dica é se a roupa não serve. “Ficar guardando para o futuro é outro indício de que é hora de desapegar”, diz. Para a youtuber, também vale a pena fazer uma limpa no armário a cada seis meses. Assim, a pessoa consegue ver tudo que de fato possui.

Embora sejam especialistas em organizar bazares maiores, elas também costumam realizar trocas entre amigas, um hábito que já vem de família. Ambas contam que na infância era comum que as roupas das mães, tias e primas fossem repassadas entre os parentes.

Dicas para começar o seu próprio bazar

Primeiramente, é fundamental mudar a consciência sobre roupa usada. De acordo com Maria Fernanda, essa é a principal dica para quem deseja entrar nesse universo. “Se ela está em bom estado, não há motivo para não ser repassada e aproveitada por outra pessoa”, afirma.

Em segundo lugar, ela recomenda algumas ações básicas que podem contribuir para o sucesso do evento, como levar as roupas lavadas e passadas. Além disso, pode ser interessante disponibilizá-las em araras ou em espaços que sejam de fácil visualização.

Por fim, também é importante que o local tenha um bom espelho e um lugar para a pessoa se trocar e ver como ficou a peça no corpo. Ainda que seja um bazar entre amigas, a organização é fundamental.

Ficou inspirada? Você pode começar a organizar o seu bazar hoje mesmo. Para isso, confira na sessão de Economia mais matérias sobre desapego e renda extra.

KARINA MATIAS/FOLHAPRESS